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segunda-feira

Não basta apenas embelezar o balanço para ter sucesso

Houve um tempo em que, para ser um executivo de sucesso, objeto de desejo das maiores empresas, bastava gerar um balanço bonito para os acionistas. Ou seja, exibir lucro a qualquer preço. Hoje nem todas as organizações pensam e agem assim. Uma nova geração de executivos, com visão integrada, passou a ser valorizada.


O que eles trazem de diferente? Os que se dedicavam predominantemente à visão financeira cederam lugar ao profissional de novo perfil, preocupado com o desenvolvimento do capital humano, novas competências, formação de talentos, de lideranças, equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, inserção não invasiva da empresa na comunidade, de forma ética e com responsabilidade social. Claro, também voltado para a geração sustentável de lucros, de tal sorte que as metas financeiras não comprometam a harmonia interna e se situem dentro de uma relação saudável com os funcionários.


Podemos agora acrescentar novos ingredientes à fórmula de sucesso dos que agora fazem a diferença no ambiente corporativo brasileiro: equilíbrio e agilidade. Para adquirir tais virtudes só há um caminho: o auto-conhecimento. Vale terapia, exercício diário de leitura e mesmo meditação, afinal o processo de crescimento pessoal deve ser constante e eterno. Quem está seguro de si se torna capaz de escutar e entender melhor os seus liderados e assim servi-los de forma que a empresa e eles sejam mais eficazes e eficientes. É preciso liderar pela diversidade, contratar pessoas que supram as deficiências da organização e não, simplesmente, alguém que seja uma mera cópia daqueles que estão no poder.


Um líder que faz a diferença é capaz de preparar seu sucessor e contrata pessoas que poderão vir a ser tão aptas quanto ele. Não gerencia pela mediocridade, mas trabalha para que todo o grupo se desenvolva. Isso se faz atribuindo responsabilidades e verificando quais são as necessidades deste grupo. Além disso, a humildade de admitir que não sabe tudo e a coragem de enfrentar os desafios são características fundamentais em um líder. Muitas vezes, quando um alto executivo é contratado, a empresa precisa de mudanças radicais para manter uma linha de crescimento. Neste caso, a percepção do profissional deve estar aguçada para tomar atitudes coerentes e éticas, ou seja, para encontrar o equilíbrio entre o balanço financeiro e a integridade dos funcionários.


Outro ponto importante é que o network não pode morrer. Fazer marketing pessoal e se apossar das suas habilidades e características é tão imprescindível quanto saber usá-las na hora correta e de acordo com cada ocasião. A técnica de questionar os seus funcionários para que eles próprios assimilem como solucionar os problemas do seu departamento, também conhecida como coaching, é uma característica essencial para executivos em cargos de liderança. E para não perder as rédeas, mesmo em situações e ambientes de total ambigüidade, use a resiliência pessoal. Ou seja, tenha autocontrole, conheça bem o território, fique informado sobre os recursos disponíveis e trace um plano de ação.


Hoje, a palavra chave que as companhias buscam é sustentabilidade. Resultados que sejam de longo prazo e que levem em conta todos os stakeholders - funcionários, clientes e até a sociedade de um modo geral. Não basta melhorar a empresa, um líder deve se preocupar em construir um mundo melhor para funcionários, familiares, comunidade e toda a sociedade.

Autora: Irene Azevedo
Fonte: Valor Online 03/12/2007
* Irene Azevedo é sócia da Keseberg & Partners

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