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sexta-feira

Wal-Mart leva marca gaúcha Nacional a Santa Catarina

O grupo Wal-Mart dá o primeiro passo para levar a bandeira Nacional para fora do Rio Grande do Sul. O grupo já iniciou a construção e programa a abertura de uma primeira loja em Santa Catarina, em janeiro de 2008. Até agora, a rede de supermercados que leva este nome, com 33 anos de existência, estava somente em solo gaúcho, com 68 unidades em operação.


A expansão além dos limites do Rio Grande do Sul ocorrerá a partir de uma unidade no Floripa Shopping, empreendimento inaugurado há um ano no norte de Florianópolis. A família Demeterco, ex-dona da rede de supermercados Mercadorama, no Paraná, controla o shopping (com 89% de participação no capital), e foi a partir dela que se deram as tratativas com o Wal-Mart. Os Demeterco já possuíam um relacionamento com o grupo Wal-Mart, uma vez que depois da compra da Sonae no Brasil, o varejista passou a ser inquilino da família em 15 imóveis no Paraná.


Filipe Demeterco, representante dos acionistas do Floripa Shopping, diz que procurou o Wal-Mart para ocupar um espaço dentro do empreendimento. Não houve necessidade de procurar outras redes pois o plano de expansão do Wal-Mart incluía a instalação de um supermercado em Santa Catarina. Até agora, o grupo varejista operava no Estado apenas no atacado, com a bandeira Maxxi, e no varejo por meio dos hipermercados BIG, com unidades em cidades como Blumenau, Joinville, Florianópolis e em São José, na Grande Florianópolis. A estimativa de mercado é de um investimento em torno de R$ 10 milhões na nova unidade. Wal-Mart não divulgou valores.


"No momento em que detectamos que um supermercado seria importante para a nossa ancoragem, o grupo Wal-Mart foi o primeiro a ser procurado porque já eram parceiros", explica Filipe Demeterco.


Há um ano, quando o shopping contava com outros acionistas, entre eles o dono das joalherias Bergerson e Roberto Grazziano, um dos sócios da Cougar, não havia unanimidade quanto à instalação ou não de um supermercado dentro do centro comercial. As primeiras conversas com o grupo varejista se deram em julho deste ano e já há data para a inauguração do Nacional: dia 24 de janeiro. Há poucos dias, foi aberto o processo de seleção de 150 funcionários.


O Nacional, rede voltada a público de classes média e média-alta e que aposta na seção de hortifruti, é uma das marcas do Wal-Mart Brasil para a área de supermercados. Além dela, o grupo possui neste segmento a bandeira Bom Preço, com a qual atua no Nordeste. Dentro da Wal-Mart Brasil, a Nacional possui o maior número de lojas em um Estado brasileiro. Já há outras experiências do Nacional em shopping centers, caso do Iguatemi de Porto Alegre e o Shopping Praia de Belas, também em Porto Alegre.


Demeterco diz que o supermercado não chega com o intuito de "reanimar" o shopping porque, segundo ele, não há problemas com o fluxo de pessoas, hoje entre 300 mil e 350 mil por mês. "O supermercado vem para atender a necessidade dos clientes, que já manifestaram interesse neste tipo de loja, e poderá melhorar essa movimentação em 25%".


Segundo o executivo, o modelo de loja que está sendo construído pelo Wal-Mart no shopping pretende manter o tipo de público que o empreendimento atualmente atende: classes A e B. A unidade catarinense do Nacional será sofisticada, longe do modelo de hipermercado, cujo foco é de muitos produtos em ofertas. A área de venda total será de 1,7 mil metros quadrados.


O avanço do grupo Wal-Mart chama a atenção por representar mais uma fatia de mercado que será dividida. Em Santa Catarina, o Nacional vai concorrer com bandeiras locais, em um mercado que apresentou crescimento médio anual de 5% nos últimos quatro anos, segundo executivos do setor.


Zéfiro Giassi, presidente da rede Giassi, que prepara sua nona loja no Estado, em Blumenau, diz que a chegada de novas bandeiras é uma "ameaça natural, já dentro do previsto", e não quer dizer que irá inviabilizar os varejistas já existentes.


"As redes que saíram do nada devem ter conhecimento suficiente para conseguir lidar com essa situação. Não podemos contra-atacar gigantes, mas podemos fazer nosso papel, falando a mesma linguagem do cliente, conhecendo-o mais de perto", diz Giassi.


Para Julio Lohn, presidente em exercício da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), não se pode menosprezar o movimento da maior empresa do mundo neste setor, ainda que o novo passo dado no Estado não se apresente tão agressivo, não tendo a empresa adquirido, por exemplo, uma rede já existente. "Esse movimento vai levar as regionais a buscar melhoras de eficiência".

Vanessa Jurgenfeld, de Florianópolis
Fonte: Valor Online em 16/11/2007

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