A responsabilidade social das organizações é um tema que tem despertado interesse no ambiente empresarial e em todos os grupos preocupados com a melhoria da qualidade de vida. Neste contexto, grandes empresas passaram a adotar políticas de investimento social. É o caso da Bunge, a maior empresa de Santa Catarina, que realizou um convênio com o curso de Turismo e Lazer da Universidade Regional de Blumenau (Furb) visando desenvolver atividades práticas de responsabilidade sócio-ambiental.
A união entre Bunge e Furb é foco do artigo sobre o projeto de extensão “Empresa-Universidade: Uma parceria em prol da responsabilidade social”, desenvolvido pelas professoras Ivana Maria Pedreira e Rachel Aparecida de Oliveira e pela acadêmica de Turismo e Lazer da Furb, Tayana Becker. O trabalho foi premiado como o melhor dentre os apresentados durante o IX Seminário Internacional de Turismo (SIT), que aconteceu no mês passado, em Curitiba (PR).
O estudo mostra as vantagens para cada uma das partes envolvidas com a parceria. A Bunge beneficia colaboradores e seus familiares e a comunidade local, que é contemplada pelos eventos que visam à promoção do lazer, da sustentabilidade e o bem-estar social. Os acadêmicos têm a oportunidade de se envolver em atividades práticas, que possibilitam um maior aprendizado e desenvolvimento dos seus potenciais criativos e a experiência de participar de atividades de responsabilidade sócio-ambiental.
Para Tayana, todo o processo foi uma grande oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. “Essa parceria entre Bunge e Furb foi uma das melhores formas de alcançar crescimento profissional. A própria renovação do contrato demonstra a satisfação das partes envolvidas”, destaca a acadêmica.
Esses convênios entre empresas e entidades ou instituições do setor turístico têm se mostrado uma boa alternativa para facilitar o alcance da responsabilidade social, uma vez que a união faz aumentar as possibilidades de ambas as partes envolvidas atingirem mais facilmente os resultados esperados. Foi o que aconteceu entre a Bunge e a Furb.
O SURGIMENTO DA UNIÃO
Com a evolução do processo de globalização, os consumidores tornaram-se mais exigentes em relação a vários quesitos, principalmente com aqueles relacionados à responsabilidade social das empresas. Embora as organizações não sejam pressionadas por nenhum instrumento legal para desenvolverem esses tipos de ações, a pressão dos consumidores as levou a repensarem boa parte de seus planejamentos, que passaram a privilegiar não só os ganhos financeiros, mas também o compromisso com a sociedade.
Essa exigência do público consumidor está fazendo com que as empresas se transformem em entidades que se relacionam com todos os outros agentes socioeconômicos, tendo, portanto, direitos e deveres que vão além das obrigações legais. A fim de cumprir com essas obrigações, a Bunge decidiu desenvolver projetos e ações que estimulem as melhores práticas de proteção ambiental e proporcionem atividades de lazer e recreação para os colaboradores e a comunidade local.
Para isso, a empresa estabeleceu, no início de 2006, uma parceria com o curso de Turismo e Lazer da Furb, que aliou a necessidade da Bunge em realizar atividades de responsabilidade sócio-ambientais com a busca de experiência pelos acadêmicos na disciplina de Gestão de Eventos. O objetivo almejado pela empresa era promover a sua imagem pública, estando ao lado de ações que fossem enriquecedoras para a comunidade e que trouxessem contribuições significativas tanto para quem as promove quanto para o público envolvido.
OS RESULTADOS
O projeto de parceria entre Bunge e Furb foi renovado este ano devido aos resultados positivos alcançados. Dentre eles se destacam a realização de eventos no Centro de Divulgação Ambiental e Lazer (CDAL), um espaço próprio da empresa. Esses eventos visam, em médio e longo prazo, o bem-estar físico, mental e social dos colaboradores, seus familiares e da comunidade onde a Bunge está inserida.
A empresa também mantém, atualmente, diversas iniciativas para proteger e restaurar ecossistemas e espécies nativas. A Reserva Figueira Branca faz parte dessa proposta. A área tem 300 hectares e é destinada à preservação de espécies nativas e a uso em atividades de educação ambiental da Mata Atlântica. O processo foi iniciado com a identificação da flora e fauna existentes por meio da ação técnica de pesquisadores da Furb. O resultado da parceria foi a identificação de rica biodiversidade do local e um plano de manejo para utilização em atividades de pesquisa e educação ambiental. Agora o objetivo é a homologação da área como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Outra ação realizada foi o “Troque lixo por livro”, evento inédito no Brasil e que tem por objetivo incentivar a educação ambiental e a difusão da cultura. A Bunge doa para o projeto os resíduos recicláveis de sua fábrica e a venda desse material financia a produção de livros e CDs que são distribuídos em escolas. Os alunos podem trocar um quilo de resíduos recicláveis trazidos de sua casa por um livro. O material recolhido pelas crianças é comercializado e parte do seu valor fica com a escola.
Só em 2006 foram realizados dois eventos para a troca, reunindo um total de 16 escolas participantes, 2.700 crianças atendidas e 5.673 quilos de resíduos recicláveis arrecadados. O curso de Turismo e Lazer participou com a logística e operacionalização no lançamento do projeto, totalizando 56 horas de atividades práticas em organização e gestão de eventos. A Noite Italiana, um evento que visa a promoção e o resgate dessa cultura, também foi destaque. O projeto foi organizado por Tayana e executado pelo CDAL em parceria com empresas da região.
Também podem ser destacados como resultados obtidos, além dos eventos que reforçaram a integração entre os colaboradores da Bunge, o conhecimento e a habilidade práticos possibilitados pelo apoio logístico dado na realização de eventos institucionais e de educação ambiental no desenvolvimento das atividades de gestão das instalações da CDAL e a sua referida agenda de eventos.
Ainda da parceria entre as instituições surgiu a Semana do Meio Ambiente, que promoveu a exposição de fauna silvestre e palestras que estimularam o desenvolvimento da consciência ecológica entre os membros da comunidade interna e externa à empresa. Até hoje, os eventos abrangeram cerca de 31 mil participantes, contribuindo na execução de projetos que visam o desenvolvimento humano, social e ambiental.
Fonte: Noticenter em 10/10/2007
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quarta-feira
ABN AMRO Real vence prêmio Valor Social
Em um cenário de aquecimento econômico, com crescimento do setor produtivo, os investimentos em áreas que, tradicionalmente não são o foco da gestão das empresas, ganham força. As dez empresas vencedoras da sétima edição do Prêmio Valor Social têm ampliado sua atuação nas áreas de responsabilidade social e sustentabilidade. O banco ABN AMRO Real, por exemplo, concorreu em quatro das seis categorias do prêmio, venceu em duas delas e ainda abocanhou o Grande Prêmio na escolha do júri especializado. No total, o Prêmio Valor Social recebeu 180 projetos na edição 2007, que concorreram em sete categorias. O prêmio, criado em 2001, é realizado com o apoio técnico do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e do Instituto Akatu e é uma homenagem às companhias que se destacam pela gestão socialmente responsável.
O ABN AMRO venceu nas categorias "Respeito ao consumidor/cliente/fornecedor" e em "Gestão Sustentável". Com o seu "Fórum de Fornecedores", reuniões realizadas com os parceiros, o banco tem conseguido disseminar seu modelo de gestão, que se baseia na sustentabilidade e na responsabilidade social. Essa última preocupação permeia também outro programa com o qual o banco foi finalista, o Amigo Real. O objetivo é engajar funcionários na construção de uma sociedade mais justa, por meio de apoio a instituições que cuidam de crianças e adolescentes.
Também envolvida com a comunidade, a Celulose Irani seguiu a máxima do provérbio que diz que é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe. O projeto de mobilização dos moradores de uma vila vizinha à fábrica para revitalizar e desenvolver a região foi premiado pelo júri popular na categoria "Relações com a comunidade". Os especialistas escolheram o projeto dos Laboratórios Pfizer, que reduziu a incidência de doenças e melhorou a qualidade de vida de 5,2 mil índios em Pernambuco.
A clínica de psicoterapia Jorge Jaber inspirou-se nos grupos de apoio como os Alcoólicos Anônimos para criar um programa de prevenção e orientação em relação ao uso de drogas. Hoje são realizadas 1,8 mil consultas gratuitas por ano. Esse projeto chamou a atenção tanto do júri popular quanto dos especialistas, que escolheram a Clínica Jorge Jaber como vencedora na categoria "Micro e pequenas empresas". A perspectiva é de ampliar ainda mais o atendimento a pessoas carentes. No setor de internação da clínica existem hoje dois leitos para esse público. "Devemos, em breve, chegar a 12 leitos", conta Eduardo Hoffmann, diretor da clínica.
Em um ano em que o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre aquecimento global preocupou chefes de Estado em todos o países e fez pipocar idéias sobre como reduzir os efeitos do progresso sobre o meio ambiente, duas ações voltadas à redução e destinação de resíduos foram as vencedoras na categoria "Respeito ao meio ambiente". Os especialistas escolherem o programa "Reciclou, Ganhou", tocado pela Coca-Cola desde 1996. Inicialmente a idéia do programa era realizar educação ambiental em escolas públicas e privadas. Com o passar dos anos, o projeto se ampliou e hoje agrega 4,7 mil associados, de escolas a hospitais e cooperativas de catadores de lixo.
"Em um ambiente de crescimento econômico, a reciclagem é fundamental, uma vez que o aumento do consumo de embalagens precisa ser seguido pela expansão da reciclagem dos produtos também. E é isso que temos visto", afirma Rodrigo Caracas, vice-presidente da Coca-Cola.
A Ambev, escolhida pelo júri popular como vencedora dessa mesma categoria, também precisou pensar em um projeto que ajudasse a minimizar o impacto ambiental. A solução não passa apenas pela destinação dos resíduos, mas sim pela redução das perdas do processo produtivo. Quanto menos lixo, melhor. Para isso a empresa investe em pesquisas para identificar alternativas que criem valor para os resíduos em outras atividades. São garrafas quebradas, latas amassadas, bagaço de malte etc, que terão novas aplicações.
Na categoria "Gestão Sustentável" os premiados foram ABN Amro Real (júri de especialistas) e ArcelorMittal Brasil (popular). O banco busca desde 1998 aprofundar os mecanismos de gestão da sustentabilidade e ampliá-los para fora da estrutura da empresa. A Arcelor segue pela mesma linha, promovendo o engajamento dos fornecedores de sua cadeia produtiva na adoção de práticas sócio-ambientais responsáveis. "Os projetos têm efeito multiplicador. Na medida em que somos bem sucedidos em um deles, podemos passar a investir em outros", explica José Armando de Figueiredo Campos, presidente da Arcelor.
O Boticário, por sua vez, estendeu seu projeto de responsabilidade social para o varejo, ramo de atividade no qual essas práticas ainda são incipientes. "Expandimos a cultura da nossa empresa para todos os franqueados, e ajudamos na gestão e na avaliação dessas práticas", conta Marcia Vaz, gerente de responsabilidade social.
A extensão de benefícios como plano de saúde e previdência a casais homossexuais, entre outras ações, fez com que o júri popular escolhesse a Caixa Econômica Federal como vencedora do prêmio "Qualidade do ambiente de trabalho". Os especialistas escolheram o Laboratório Sabin, com seu programa de qualidade de vida.
Fonte: Valor Online em 10/10/2007
Autora: Raquel Salgado
O ABN AMRO venceu nas categorias "Respeito ao consumidor/cliente/fornecedor" e em "Gestão Sustentável". Com o seu "Fórum de Fornecedores", reuniões realizadas com os parceiros, o banco tem conseguido disseminar seu modelo de gestão, que se baseia na sustentabilidade e na responsabilidade social. Essa última preocupação permeia também outro programa com o qual o banco foi finalista, o Amigo Real. O objetivo é engajar funcionários na construção de uma sociedade mais justa, por meio de apoio a instituições que cuidam de crianças e adolescentes.
Também envolvida com a comunidade, a Celulose Irani seguiu a máxima do provérbio que diz que é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe. O projeto de mobilização dos moradores de uma vila vizinha à fábrica para revitalizar e desenvolver a região foi premiado pelo júri popular na categoria "Relações com a comunidade". Os especialistas escolheram o projeto dos Laboratórios Pfizer, que reduziu a incidência de doenças e melhorou a qualidade de vida de 5,2 mil índios em Pernambuco.
A clínica de psicoterapia Jorge Jaber inspirou-se nos grupos de apoio como os Alcoólicos Anônimos para criar um programa de prevenção e orientação em relação ao uso de drogas. Hoje são realizadas 1,8 mil consultas gratuitas por ano. Esse projeto chamou a atenção tanto do júri popular quanto dos especialistas, que escolheram a Clínica Jorge Jaber como vencedora na categoria "Micro e pequenas empresas". A perspectiva é de ampliar ainda mais o atendimento a pessoas carentes. No setor de internação da clínica existem hoje dois leitos para esse público. "Devemos, em breve, chegar a 12 leitos", conta Eduardo Hoffmann, diretor da clínica.
Em um ano em que o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre aquecimento global preocupou chefes de Estado em todos o países e fez pipocar idéias sobre como reduzir os efeitos do progresso sobre o meio ambiente, duas ações voltadas à redução e destinação de resíduos foram as vencedoras na categoria "Respeito ao meio ambiente". Os especialistas escolherem o programa "Reciclou, Ganhou", tocado pela Coca-Cola desde 1996. Inicialmente a idéia do programa era realizar educação ambiental em escolas públicas e privadas. Com o passar dos anos, o projeto se ampliou e hoje agrega 4,7 mil associados, de escolas a hospitais e cooperativas de catadores de lixo.
"Em um ambiente de crescimento econômico, a reciclagem é fundamental, uma vez que o aumento do consumo de embalagens precisa ser seguido pela expansão da reciclagem dos produtos também. E é isso que temos visto", afirma Rodrigo Caracas, vice-presidente da Coca-Cola.
A Ambev, escolhida pelo júri popular como vencedora dessa mesma categoria, também precisou pensar em um projeto que ajudasse a minimizar o impacto ambiental. A solução não passa apenas pela destinação dos resíduos, mas sim pela redução das perdas do processo produtivo. Quanto menos lixo, melhor. Para isso a empresa investe em pesquisas para identificar alternativas que criem valor para os resíduos em outras atividades. São garrafas quebradas, latas amassadas, bagaço de malte etc, que terão novas aplicações.
Na categoria "Gestão Sustentável" os premiados foram ABN Amro Real (júri de especialistas) e ArcelorMittal Brasil (popular). O banco busca desde 1998 aprofundar os mecanismos de gestão da sustentabilidade e ampliá-los para fora da estrutura da empresa. A Arcelor segue pela mesma linha, promovendo o engajamento dos fornecedores de sua cadeia produtiva na adoção de práticas sócio-ambientais responsáveis. "Os projetos têm efeito multiplicador. Na medida em que somos bem sucedidos em um deles, podemos passar a investir em outros", explica José Armando de Figueiredo Campos, presidente da Arcelor.
O Boticário, por sua vez, estendeu seu projeto de responsabilidade social para o varejo, ramo de atividade no qual essas práticas ainda são incipientes. "Expandimos a cultura da nossa empresa para todos os franqueados, e ajudamos na gestão e na avaliação dessas práticas", conta Marcia Vaz, gerente de responsabilidade social.
A extensão de benefícios como plano de saúde e previdência a casais homossexuais, entre outras ações, fez com que o júri popular escolhesse a Caixa Econômica Federal como vencedora do prêmio "Qualidade do ambiente de trabalho". Os especialistas escolheram o Laboratório Sabin, com seu programa de qualidade de vida.
Fonte: Valor Online em 10/10/2007
Autora: Raquel Salgado
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