Os produtos relativos às industrias são responsáveis por 86% das importações de Santa Catarina. Os bens de consumo representam apenas 14% das compras externas catarinenses. Ou seja, o estado adquire recursos que possibilitam a fabricação interna, diminuindo o número de importações de produtos finais. O Noticenter mostra em um estudo exclusivo o que Santa Catarina compra do exterior, quais são os municípios do estado que mais importam e quais apresentam os maiores déficits na balança comercial. O levantamento aponta que Itajaí, Joinville, Florianópolis, Imbituba e São José são as cidades catarinenses que mais compram do exterior.
Entre janeiro e outubro deste ano, Santa Catarina importou mais de US$ 4 bilhões. Aproximadamente 64% do valor, US$ 2,5 bilhões, são compras dos chamados bens intermediários, produtos adquiridos pela indústria para transformação em bens de consumo. Mais de 57% dos investimentos são em insumos industriais, como derivados de petróleo, químicos e metais. Outros 7% dizem respeito aos alimentos, bebidas, peças e equipamentos também destinados ao setor industrial.
Ainda dentro dos produtos comprados para a indústria estão os chamados bens de capital, que representam mais de 21% das importações do estado. A média de compra de equipamentos de transporte para a indústria de Santa Catarina (21%) é superior ao valor médio da região Sul (19%). Já a compra de combustíveis e lubrificantes do exterior é bem inferior quando comparada à soma dos três estados. Enquanto os catarinenses dedicam apenas 0,44% das importações, a região Sul importa quase US$ 5 bilhões, 25% do total importado.
Os bens de capital aparecem em segundo lugar no ranking dos produtos importados pelo estado, com 21,5%. Entre outubro de 2006 e 2007, Santa Catarina comprou do exterior mais de US$ 860 mil em máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo.
Os bens de consumo aparecem na terceira posição, com 14% do total de importações, somando mais de US$ 560 mil. Até outubro, os catarinenses destinaram US$ 407 mil à compra de bens não duráveis, representando 10% de todas as importações, enquanto os chamados bens duráveis ocupam 4% dos investimentos.
MAIORES IMPORTADORES
Desde o ano passado, as quatro primeiras posições do ranking das cidades que mais importam em Santa Catarina não tiveram alterações. Itajaí segue na primeira posição, seguida por Joinville, Florianópolis e Imbituba. Em 2007, a quinta colocação foi assumida por São José, que subiu três posições. Blumenau, que em 2006 estava em quinto lugar, aparece em sexto, seguida por Jaraguá do Sul, que desceu uma colocação.
Palhoça segue estável na oitava posição. Logo em seguida aparece São Francisco do Sul, quatro posições acima do que em 2006. Navegantes é a décima cidade que mais importa no estado, duas posições a mais do que no ano passado. Pomerode segue na 11ª posição.
Guaramirim aparece no ranking na 12ª colocação. Brusque caiu da décima posição em 2006, para a 13ª este ano. Já Criciúma caiu da nona colocação para o 14° lugar nos valores de importações. Mafra, que não aparecia na lista das 15 cidades que mais importam em 2006, ocupa agora a 15ª colocação.
SALDO POSITIVO
Entre as 15 maiores cidades importadoras de Santa Catarina, apenas seis não apresentam déficit na balança comercial: Itajaí, Joinville, Blumenau, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul e Brusque.
Até outubro deste ano, as compras externas de Itajaí, maior importadora do estado, saltaram de US$ 918.423.516 para US$ 1.402.912.307. O resultado é uma variação positiva de 52,7%, ou seja, US$ 484.488.791. Em 2007, o município comprou mais de US$ 1 milhão em bens intermediários, 62,5% do total de suas importações. Ao contrário da média catarinense, Itajaí importa mais bens de consumo, 16%, do que bens de capital, 11%.
Joinville, segunda colocada no ranking, importa um valor quase três vezes menor do que Itajaí. A cidade importou quase US$ 470 mil até outubro, 22,5% a mais do que no mesmo período durante o ano passado. O município apresenta um maior equilíbrio entre os tipos de bens importados. Ainda assim, os bens intermediários ocupam a primeira posição com 62% das importações, seguida pelos bens de capital, 33%, e bens de consumo, 22%.
A balança comercial fecha com saldo positivo de mais de US$ 260 milhões para Blumenau. O município importa produtos da China (16%), Estados Unidos (12%), Alemanha (12%) e Coréia do Sul (12%). Os bens intermediários representam quase 50% das importações. Já os bens de capital somam 38%, enquanto os bens de consumo são 10% das compras.
Jaraguá do Sul importou 21% a mais durante este ano, totalizando mais de US$ 130 milhões em compras externas. As exportações de mais de US$ 500 milhões resultam para cidade em um saldo positivo de mais de US$ 370 milhões. Produtos destinados a indústria somam 99% das importações.
São Francisco do Sul importou 116% mais entre janeiro e outubro do ano passado que durante o ano de 2006. Os países que mais exportam para a cidade são China (37%), Alemanha (19%) e Itália (17%). Durante 2007, São Francisco dobrou as compras de bens intermediários e de consumo, somando US$ 1,6 milhão e mais de US$ 500 mil respectivamente.
Aproximadamente 94% das compras externas de Brusque são de materiais destinados a indústria. A cidade fecha o período com um saldo positivo de mais de US$ 34 milhões na balança comercial. Mais de 67% dos US$ 59 milhões importados pelo município foram comprados da região asiática.
CIDADES COM DÉFICIT NA BALANÇA COMERCIAL
Imbituba apresenta o maior saldo negativo na balança comercial catarinense, com US$ 280 milhões em importações contra apenas US$ 3 milhões em exportações. O déficit alcançado até outubro deste ano já supera em 6% o valor de 2006. Os insumos industriais, principalmente os cátodos de cobre, correspondem a mais de 90% das compras externas da cidade. Os materiais destinados à indústria são provenientes de países como Chile (66%) e Peru (18%).
Florianópolis é a segunda colocada na lista e importa seis vezes mais do que exporta. As importações do município crescem em um ritmo mais acelerado do que as de Imbituda, registrando 8%. Os principais produtos importados são derivados de borracha, vindos da China (20%), Estados Unidos (14%) e Tailândia (12%).
São José e Palhoça, situadas na grande Florianópolis, ocupam o terceiro e quarto lugares respectivamente. O déficit de São José é de quase US$ 160 milhões. Até outubro deste ano, a cidade investiu mais de US$ 41 milhões em equipamentos para captação e transmissão de sinais de televisão, enquanto Palhoça apresenta em suas estatísticas mais de 58% de importações de alimentos e bebidas para a indústria. Juntos, o malte e a cevada correspondem a 55% dos produtos de importados pelo município.
Guramirim é o quinto colocado no ranking dos municípios com maior déficit entre os 15 grandes importadores do estado. Em dez meses, o município praticamente dobrou o número de importações em relação ao ano passado. Mais de 70% das importações da cidade são provenientes da Ásia, principalmente Indonésia, Índia e China. Materiais destinados à indústria têxtil correspondem a mais de 50% das compras externas de Guaramirim.
Navegantes, décima maior importadora do estado, é a sexta cidade em saldo negativo na balança comercial. Em relação ao ano passado, as importações cresceram 37%, resultando em um déficit de quase US$ 50 milhões. Quase 58% das compras externas feitas pela cidade são de bens de capital, enquanto 22,5% são de bens intermediários e 19,5% de bens de consumo.
Mesmo sem estar entre as 15 cidades que mais importam, Chapecó aparece com o sétimo maior déficit (US$ 24 milhões). Em seguida aparece Mafra, 15° município que mais importa, com um saldo negativo de US$ 20 milhões. As exportações do município se resumem aos chamados bens intermediários (99%).
Pomerode também está entre as cidades que mais importam e estão com déficit na balança comercial. O município comprou 45% a mais em relação ao ano passado, resultando em um saldo negativo de mais de US$ 3 milhões. Os produtos importados são na maioria provenientes da China (20%), Alemanha (19%) e Argentina (15%).
O menor déficit entre as cidades que mais importam é de Criciúma, mais de US$ 3 mil. Quase 47% das compras exteriores do município são em materiais como garrafas, garrafões e artigos de plástico. A cidade importa 55% dos produtos de países do Mercosul e 19% da União Européia.
MAIORES IMPORTADORAS
Confira a posição das 15 cidades catarinenses que mais importam
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
CIDADE - IMPORTAÇÕES (em US$)
Itajaí 1.402.912.307
Joinville 469.282.854
Florianópolis 305.235.959
Imbituba 283.000.626
São José 190.783.771
Blumenau 167.714.283
Jaraguá do Sul 132.264.204
Palhoça 93.015.234
São Francisco do Sul 74.337.151
Navegantes 66.228.498
Pomerode 64.332.627
Guaramirim 58.816.491
Brusque 58.740.490
Criciúma 54.919.522
Mafra 53.453.167
PRODUTOS MAIS IMPORTADOS
Bens mais importados por Santa Catarina
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
PRODUTOS - VALOR IMPORTADO (em US$)
Bens Intermediários 2.564.851.281
Bens de Capital 860.002.752
Bens de Consumo 562.842.716
Combustíveis e Lubrificantes 17.471.272
Matéria publicada no noticenter em 05/12/2007
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