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terça-feira

Após lua-de-mel com Petrobras, a lástima

Passada a euforia com as ações da Petrobras, conseqüência das novas estimativas de extração de petróleo no campo de Tupi e, em menor escala, a valorização dos papéis da Vale do Rio Doce, com a intenção da mineradora BHP Billiton de comprar a concorrente Rio Tinto, o mercado brasileiro começa a mostrar, de fato, o momento negativo pelo qual está passando. Desde quinta-feira da semana passada, o humor dos investidores piorou e o grande motivo foi o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, na própria quinta. Em linha gerais, Bernanke mostrou-se mais preocupado com a inflação do que com o crescimento econômico, que anda derrapando. Em outras palavras, o mercado interpretou que é bom se consolar com os dois cortes que o Fed já fez nos juros porque outros não virão.

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Ibovespa tem a 2ª maior queda deste ano
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"A alta dos papéis da Vale, mas especialmente os da Petrobras, que na quinta subiram 14%, acabaram maquiando a mudança do mercado, que ficou bastante negativo", diz o analista da Prosper Gestão de Recursos Gustavo Barbeito. Ele lembra que, só na quinta, a escalada das ações preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras contribuíram positivamente com mais de 2.000 pontos no Índice Bovespa, que mesmo assim fechou em tímida alta de 0,10%. "Isso já dá uma boa idéia da lástima que teria sido a bolsa sem a Petrobras", afirma Barbeito.


Sem a alta das ações da companhia, que os analistas batizaram de "efeito Tupi", o mercado passou a refletir o cenário de uma estagflação nos EUA, que nada mais é do que inflação com a estagnação da economia. O Ibovespa fechou em queda de 4,34%, aos 61.526 pontos. Percentualmente, essa é a segunda maior queda do ano, atrás apenas de 27 de fevereiro, quando o indicador caiu 6,63%.


Fuga para o risco zero


Os investidores acreditam cada vez menos que os emergentes conseguirão se descolar da situação ruim nos EUA, por maior que seja o crescimento desses países. Com isso, desde a semana passada, estão tirando dinheiro das bolsas de emergentes e aplicando nos títulos do Tesouro americano que, em tese, possuem risco zero. Nessa realocação de portfólio, o investidor acaba saindo primeiro das bolsas que subiram mais, grupo no qual a Bovespa está inserida. Isso significa que a bolsa brasileira poderá passar por quedas maiores que a dos demais mercados. Para agravar o cenário de aversão ao risco, um relatório do Deutsche Bank aponta que as perdas com os títulos americanos de hipotecas de alto risco ("subprime") podem atingir entre US$ 300 bilhões e US$ 400 bilhões no mundo. "Se a expectativa já era ruim quando se esperava que as perdas fossem de US$ 150 bilhões, o que dirá agora?", indaga o estrategista para pessoa física da Itaú Corretora, Fábio Anderaos. O mercado ontem refletiu o resultado da Petrobras, no terceiro trimestre, abaixo do esperado e que foi divulgado na sexta-feira. As ações ordinárias (ON, com voto) da empresa caíram 7,19% e as PNs, 6,50%


Por Daniele Camba
Fonte: Valor Online em 13/11/2007

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